
" - Você não tem idéia de como é desejar esquecer alguém e não conseguir. Provavelmente não sabe como é passar a noite inteira acordado imaginando como seria sua vida se não o tivesse conhecido. Ou se perguntando o quão feliz poderia ser se não vivesse se punindo. Não é que eu não tenha amor próprio, eu já tentei seguir em frente várias vezes, mas... está aqui. - Coloquei a mão no peito desabando emocionalmente. - Não sai. - Fechei a palma como se pudesse arrancar meu coração. - Você não tem noção do quanto me odeio e me culpo todos os dias por amá-lo. - Era a primeira vez que conseguia falar exatamente o que pensava. - Eu sei como ele é, sei que não serve para mim, só que estou presa de uma forma que nem consigo explicar. Até a presença dele me faz sentir doente e dependente. Esse sentimento me consome e me oprime. Algumas vezes não consigo acreditar que é real. - Trêmula, enxuguei as lágrimas. - As pessoas me julgam, mas poucos sabem como é conviver com esse tormento sem sentido. Estou nesse estado porque deixei que meu amor virasse uma doença obsessiva. O real motivo de ter implorado pra que você participasse da farsa é que eu não quero que ele saiba o que sinto. Não posso culpá-lo por todas as calamidades da minha vida. Ele só não me amou, muitas pessoas passam por isso e superam. Mas eu... Fiquei presa em um estado emocional permanente e destrutivo. Preciso que ele me veja feliz, talvez assim consiga convencer a mim mesma de que em algum momento eu possa ser. - Baixei a cabeça. - Por que não posso alimentar o restinho de orgulho que me resta? Por que não posso ser a que humilha? Estou cansada de ser a humilhada. - sussurei" - Um selvagem diferente, por Lunah
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